28/02/2025
Revisado em: 21/03/2025
Apesar de confundida com a gastrite, a doença pode trazer sintomas muito desconfortáveis
A hipófise, apesar de seu pequeno tamanho, desempenha um papel fundamental no equilíbrio do organismo.
Essa glândula, localizada no centro do cérebro, regula a produção de diversos hormônios essenciais para o funcionamento do corpo, influenciando o crescimento, a reprodução, o metabolismo e até a resposta ao estresse.
No entanto, quando há alterações na produção desses hormônios, podem surgir diferentes doenças da hipófise, muitas vezes causadas por tumores benignos.
Neste artigo, vamos explorar as principais doenças hipofisárias, seus sintomas, formas de diagnóstico e os tratamentos mais avançados disponíveis. Se você quer entender melhor como essa glândula impacta sua saúde, continue a leitura!
A hipófise é uma pequena glândula, do tamanho de uma ervilha, que está localizada no centro geométrico da cabeça. Ela é a grande maestra do sistema endócrino: controla as funções da tireoide, das adrenais, das mamas, do crescimento, do controle hídrico e o sistema das gônadas.
Para tal, produz ou distribui diferentes hormônios: GH (hormônio do crescimento), prolactina, ACTH, TSH, LH, FSH, ADH e ocitocina. Variações na produção destes podem levar a diversos problemas de saúde.
As doenças da hipófise geralmente ocorrem devido a tumores benignos, que podem causar produção excessiva ou insuficiente dos hormônios. A seguir, conheça as principais condições associadas a essa glândula:
É o tumor hipofisário mais comum e leva ao excesso de prolactina. Os principais sintomas incluem:
Ocorre devido à produção excessiva do hormônio ACTH, que estimula as glândulas suprarrenais a produzirem cortisol. Os sintomas incluem:
Ambas são causadas pelo excesso do hormônio do crescimento (GH), mas em diferentes fases da vida:
Além dessas, outras doenças hipofisárias incluem hipopituitarismo (produção insuficiente de hormônios da hipófise), diabetes insipidus (deficiência no hormônio antidiurético, levando à eliminação excessiva de urina) e tumores hipofisários não funcionantes (que podem comprimir estruturas cerebrais e causar sintomas como dor de cabeça e alterações visuais).
Geralmente, são tumores. Eles representam cerca de um quinto de todos os tumores cerebrais, e alguns de seus tipos predominam nitidamente em mulheres. Esses tumores podem secretar os hormônios hipofisários, só que em quantidade muito maior. Isso pode levar a diferentes patologias, dependendo do hormônio secretado.
Vale ressaltar que esses tumores têm um comportamento benigno, sendo que sua principal consequência, muitas vezes, é a própria secreção aumentada do hormônio. Em alguns casos, observa-se também dor de cabeça e alterações na visão, pois são tumores que ficam muito próximos aos nervos responsáveis pela visão.
Os tumores da hipófise geralmente são benignos (adenomas) e podem ser classificados em funcionantes (quando produzem hormônios em excesso) ou não funcionantes (quando não produzem hormônios, mas podem crescer e comprimir estruturas vizinhas). A identificação desses tumores envolve a observação de sintomas e exames específicos, como ressonância magnética.
Os mais comuns são os prolactinomas, que secretam em excesso o hormônio prolactina. Esse hormônio, envolvido na lactação, está naturalmente elevado durante a amamentação. Seu excesso causado por um tumor promove lactação fora de hora. Esse tipo de tumor de hipófise é o mais comum e é o único cujo tratamento é feito preferencialmente por meio de medicação, cuja eficácia atinge 85 a 90% das pessoas. São mais comuns em mulheres, mas também podem afetar os homens. Raramente levarão à produção de leite, já que o tecido mamário é muito escasso no sexo masculino.
Os tumores que secretam o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) também são um pouco mais frequentes em mulheres. Esse é o hormônio que controla as glândulas suprarrenais e, portanto, a secreção do hormônio cortisol, que é importante nas reações de stress do organismo.
O excesso desse hormônio dá origem a uma doença conhecida como Cushing, em que ocorre ganho de peso, alteração menstrual e estrias vermelhas e grossas em abdômen, pernas e braços. Além disso, a doença causa hipertensão arterial e diabetes, que contribuem decisivamente para uma piora da saúde em geral.
O tumor hipofisário pode secretar excesso de hormônio de crescimento (GH). Se isso ocorrer em crianças e adolescentes, crescerão demasiado, tornando-se gigantes. Se ocorrer em adultos, as extremidades (mãos, pés, nariz, língua) crescerão, dando origem à acromegalia.
As pessoas com esse tipo de tumor possuem risco aumentado para o aparecimento de tumores em outras partes do corpo, assim como de problemas cardíacos, hipertensão arterial e diabetes.
Não. Cerca da metade dos tumores da hipófise não secreta nenhum tipo de hormônio, e causa sintomas somente quando atinge tamanho suficiente para comprimir as estruturas cerebrais ao redor, em especial os nervos da visão.
O tratamento adequado deve ser iniciado o mais rápido possível e pode levar ao desaparecimento completo dos sintomas, bem como à diminuição dos riscos à saúde que ocasionam.
Pode ser medicamentoso ou cirúrgico, dependendo do tipo de hormônio secretado. O tratamento cirúrgico é o preferido da maioria das pessoas que possuem tumores hipofisários que não sejam prolactinomas.
A cirurgia hipofisária desenvolveu-se enormemente nas últimas décadas e, hoje, há a cirurgia minimamente invasiva por endoscópio, sem abrir o crânio e com recuperação extremamente rápida do paciente e menor chance de complicações.
No entanto, em alguns casos ainda pode ser necessária a cirurgia convencional, dependendo do tamanho do tumor.
A neuroendoscopia revolucionou o tratamento de tumores hipofisários na última década. Times multidisciplinares com neurocirurgiões, otorrinolaringologistas e endocrinologistas, trabalhando em conjunto, utilizam endoscópios de altíssima resolução (2D ou 3D) para a retirada do tumor e a preservação da hipófise.
Além disso, métodos de imagem de alta resolução, como a neuronavegação e a ressonância magnética foram incorporados pelos cirurgiões que operam a glândula.
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