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Diarreia na gravidez é normal? Entenda as causas e quando se preocupar

Uma dúvida comum na gestação. Saiba diferenciar um desconforto passageiro de um sinal de alerta para a sua saúde e a do bebê.

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Uma mudança inesperada na rotina intestinal durante a gravidez pode gerar muitas dúvidas e ansiedade. É compreensível que qualquer sintoma diferente acenda um alerta. Embora episódios de diarreia sejam relativamente frequentes entre gestantes, é crucial entender a diferença entre um evento isolado e uma condição que exige atenção médica.

É preciso considerar que a diarreia, em qualquer fase da vida, pode ser uma condição que atrapalha a absorção de nutrientes importantes. Episódios repetidos podem, inclusive, levar a problemas de saúde mais sérios.

O que causa diarreia durante a gravidez?

Diversos fatores podem levar a um quadro de diarreia na gestação. O corpo passa por transformações intensas e o sistema digestivo muitas vezes reflete essas mudanças.

Ginecologistas obstetras podem acompanhar a gravidez em mulheres de acordo com o tipo. A Rede Américas possui especialistas renomados atendendo em vários hospitais brasileiros.

Alterações hormonais e o sistema digestivo

As flutuações hormonais, especialmente de progesterona e prostaglandinas, podem alterar a motilidade intestinal. Em algumas mulheres, isso causa constipação, mas em outras, pode acelerar o trânsito intestinal, resultando em fezes mais líquidas e frequentes.

Mudanças na alimentação e suplementos

Durante a gravidez, muitas mulheres ajustam a dieta para garantir a nutrição do bebê, introduzindo mais fibras, frutas e laticínios. Essas mudanças, embora saudáveis, podem sobrecarregar o sistema digestivo temporariamente. Além disso, as vitaminas pré-natais, especialmente as ricas em ferro, podem ter a diarreia como efeito colateral em algumas gestantes.

Infecções e intoxicações alimentares

O sistema imunológico da gestante fica naturalmente mais suprimido para não rejeitar o feto. Essa condição, contudo, a torna mais suscetível a infecções virais ou bacterianas. A contaminação por alimentos ou água, conhecida como intoxicação alimentar, é uma causa comum de diarreia aguda e requer cuidado redobrado com a higiene e o preparo das refeições.

A diarreia na gravidez pode prejudicar o bebê?

Essa é a principal preocupação das futuras mães. Um episódio de diarreia leve e de curta duração geralmente não representa um risco direto para o bebê. O feto está bem protegido no útero e continua recebendo nutrientes através da placenta. No entanto, casos graves de diarreia são perigosos, pois podem causar desidratação, que é a perda de líquidos e sais importantes, e até mesmo desnutrição, afetando significativamente a qualidade de vida.

O maior perigo da diarreia aguda, especialmente se for aquosa e persistir por vários dias, é a desidratação e a perda de eletrólitos. Essa condição exige atenção imediata, pois a desidratação grave pode levar a complicações sérias.

A perda excessiva de líquidos e eletrólitos (sais minerais como sódio e potássio) pode diminuir o volume sanguíneo, afetando o fluxo de sangue para a placenta. Em casos graves e prolongados, a desidratação pode levar a contrações e, em situações extremas, ao trabalho de parto prematuro.

Leia também: O que pode ser dor no estômago durante o terceiro semestre de gravidez

Como aliviar a diarreia na gravidez de forma segura?

A automedicação é contraindicada na gravidez. O foco do tratamento caseiro, sempre após contato com o médico, é manter o corpo hidratado e nutrido de maneira leve, permitindo que o sistema digestivo se recupere.

Hidratação: o pilar do tratamento

Beba líquidos em abundância e em pequenos goles ao longo do dia. As melhores opções são:

  • Água filtrada ou mineral
  • Água de coco
  • Soro caseiro (conforme orientação da Organização Mundial da Saúde)
  • Sucos de frutas naturais e coados (maçã, caju)
  • Chás leves, como camomila ou erva-doce

Alimentação leve e de fácil digestão

Opte por refeições pequenas e frequentes. Uma dieta branda ajuda a "acalmar" o intestino. Alimentos recomendados incluem:

  • Arroz branco
  • Batata cozida ou purê
  • Frango grelhado ou desfiado
  • Banana-maçã
  • Maçã sem casca
  • Torradas ou biscoitos de água e sal

O que evitar durante um episódio de diarreia

Para não agravar o quadro, é prudente evitar certos alimentos e bebidas até que o intestino se normalize:

  • Leite e derivados
  • Alimentos gordurosos ou frituras
  • Comidas muito temperadas ou picantes
  • Doces e açúcares em excesso
  • Cafeína e bebidas gaseificadas
  • Vegetais folhosos e alimentos ricos em fibras insolúveis

Quando a diarreia na gravidez é um sinal de alerta?

Apesar de comum, a diarreia não deve ser subestimada. Entre em contato com seu obstetra ou procure atendimento médico imediatamente se apresentar qualquer um dos seguintes sinais. A procura por um serviço de saúde devido à diarreia já sinaliza um quadro mais sério, visto que as unidades hospitalares geralmente registram os casos mais graves.

  • Diarreia que dura mais de 48 horas.
  • Presença de febre (temperatura acima de 37,8 °C).
  • Sinais de desidratação: boca seca, muita sede, urina escura ou ausente, tontura ao se levantar.
  • Presença de sangue ou muco nas fezes.
  • Dor abdominal ou cólicas muito fortes e contínuas.
  • Vômitos persistentes que impedem a hidratação.
  • Diminuição dos movimentos do bebê.

Esses sintomas podem indicar uma infecção mais séria ou outra complicação que necessita de avaliação e tratamento adequados para garantir a sua segurança e a do seu bebê.

A diarreia no final da gravidez pode indicar o parto?

Sim, é possível. No terceiro trimestre, o corpo começa a liberar prostaglandinas, hormônios que ajudam a amadurecer o colo do útero para o parto. Essas mesmas substâncias podem estimular o intestino, causando fezes mais moles ou diarreia. 

Para algumas mulheres, esse pode ser um dos primeiros sinais de que o trabalho de parto está se aproximando. Contudo, nem toda diarreia no final da gestação significa que o bebê vai nascer. Observe a presença de outros sinais, como contrações regulares e a perda do tampão mucoso, e mantenha seu médico informado.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

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