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Entenda o desgaste natural dos discos do pescoço e como a fisioterapia, mudanças de hábitos e novas terapias podem aliviar a dor e melhorar sua qualidade de vida.

Aquela dor persistente no pescoço, que irradia para os ombros e às vezes parece um torcicolo que nunca vai embora. Essa sensação, que piora após um longo dia de trabalho no computador ou ao fazer um movimento brusco, pode ser mais do que um simples mau jeito. Para muitos adultos, é o primeiro sinal da discopatia degenerativa cervical.
A discopatia degenerativa cervical é uma condição que descreve o desgaste natural dos discos intervertebrais na região do pescoço (a coluna cervical). Não se trata de uma doença em si, mas de um processo gradual que ocorre com o envelhecimento, afetando a estrutura e a função desses discos.
Para entender a discopatia, é útil saber o que são os discos intervertebrais. Eles funcionam como pequenos amortecedores gelatinosos posicionados entre cada uma das vértebras da sua coluna. Sua principal função é absorver o impacto, permitir a flexibilidade e garantir o movimento do pescoço.
Cada disco é composto por um núcleo macio e aquoso (núcleo pulposo) e um anel externo mais resistente (ânulo fibroso). Essa estrutura confere a eles a capacidade de suportar peso e distribuir a pressão de forma equilibrada.
Ortopedistas são os especialistas indicados para acompanhar esse tipo de condição. A Rede Américas conta com vários médicos renomados atendendo em vários hospitais do Brasil.
Com o passar dos anos, os discos intervertebrais perdem gradualmente seu conteúdo de água e proteína. Esse processo de desidratação os torna mais finos, menos flexíveis e menos eficientes na absorção de choques. O espaço entre as vértebras diminui, o que pode levar à compressão de nervos próximos e causar dor.
É importante compreender que a dor crônica na degeneração discal não se resume apenas ao desgaste. Pesquisas recentes apontam para uma inflamação contínua no disco, onde células de defesa do corpo aceleram o dano.
Isso significa que a dor também é impulsionada pela presença de nervos sensoriais em áreas internas do disco que, em condições normais, não seriam sensíveis à dor. Esses achados abrem caminho para tratamentos futuros que miram diretamente nesses processos inflamatórios e no crescimento anormal de nervos.
O envelhecimento é o principal fator por trás da degeneração discal. Contudo, outros elementos podem acelerar ou agravar o processo. É importante conhecê-los para adotar medidas preventivas e de controle.
Muitas pessoas com discopatia degenerativa cervical não apresentam sintomas. Quando eles ocorrem, geralmente se manifestam de forma gradual e podem variar de intensidade. Os sinais mais comuns são:
Embora a maioria dos casos seja leve, a discopatia se torna grave quando a compressão nervosa leva a sintomas neurológicos progressivos.
Procure avaliação médica imediata se você apresentar fraqueza muscular significativa nos braços, perda de coordenação nas mãos ou dificuldade para caminhar. Esses podem ser sinais de compressão da medula espinhal (mielopatia cervical).
O diagnóstico começa com uma avaliação clínica detalhada. O médico irá ouvir seu histórico de sintomas, realizar um exame físico para avaliar a amplitude de movimento do pescoço, a força muscular e os reflexos.
Para confirmar o diagnóstico e avaliar a extensão do desgaste, exames de imagem podem ser solicitados, como:
O objetivo do tratamento é aliviar a dor, melhorar a função do pescoço e prevenir a progressão dos danos. A grande maioria dos casos responde bem a abordagens não cirúrgicas.
O plano de tratamento é sempre individualizado, mas geralmente inclui uma combinação das seguintes medidas:
A cirurgia é reservada para uma pequena parcela dos pacientes. Ela é indicada quando há falha do tratamento conservador após um período adequado (geralmente meses) e presença de sintomas neurológicos graves ou progressivos, como fraqueza muscular acentuada ou sinais de compressão medular.
Tradicionalmente, a cirurgia de fusão da coluna era uma das principais opções. Embora possa aliviar a dor, essa técnica une duas ou mais vértebras, limitando o movimento e, em alguns casos, aumentando o risco de degeneração acelerada em discos vizinhos, incluindo na região cervical.
Contudo, uma alternativa mais recente é a cirurgia de substituição do disco artificial (C-ADR). Esta abordagem permite manter um movimento relativamente normal do pescoço, ao mesmo tempo em que proporciona uma redução significativa da dor e da incapacidade. É uma opção considerada para adultos com discopatia degenerativa cervical, oferecendo vantagens em termos de preservação da mobilidade em comparação com a fusão.
Como o envelhecimento é a principal causa, não é possível impedir completamente a degeneração discal. No entanto, é possível retardar o processo e minimizar seus impactos adotando hábitos saudáveis ao longo da vida, como manter a postura correta, praticar exercícios de fortalecimento regularmente e evitar o tabagismo.
Viver com uma condição crônica gera muitas dúvidas. Abaixo, respondemos algumas das perguntas mais comuns.
Os termos C5-C6 e C6-C7 referem-se aos níveis específicos da coluna cervical onde o desgaste está ocorrendo. C5, C6 e C7 são as vértebras cervicais inferiores. A degeneração nesses níveis é muito comum porque são áreas de grande mobilidade e que suportam o peso da cabeça.
Sim, a grande maioria das pessoas com discopatia degenerativa pode e deve manter uma vida ativa e profissional. O tratamento adequado e as adaptações ergonômicas no ambiente de trabalho, como ajustar a altura da cadeira e do monitor, são essenciais para controlar os sintomas e evitar o agravamento da condição.
Não há uma "cura" no sentido de reverter o desgaste do disco, pois ele faz parte do processo natural de envelhecimento. No entanto, os sintomas podem ser muito bem gerenciados. Com o tratamento correto, é totalmente possível viver sem dor e com uma excelente qualidade de vida.
Olhando para o futuro, as pesquisas estão avançando em tratamentos regenerativos. O foco é reparar o disco danificado, utilizando terapias como células-tronco e biomateriais injetáveis, em vez de apenas aliviar os sintomas. Essas abordagens inovadoras prometem transformar a maneira como a discopatia será tratada, buscando restaurar a função discal.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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