Revisado em: 08/12/2025
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Apenas fluidos específicos podem transmitir o HIV; Beijos e contato social não passam o vírus

Existem muitas dúvidas sobre o HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), e uma delas é se o HIV passa por saliva. Esse tipo de incerteza pode gerar ansiedade e levar a atitudes de preconceito contra pessoas que vivem com o vírus.
A saliva por si só não é um fluido capaz de transmitir a infecção em condições normais. O vírus necessita de ambientes muito específicos para sobreviver e se multiplicar, e a boca não oferece essas condições.
O vírus é transmitido por fluidos específicos como o sangue, sêmen, fluidos vaginais, fluidos retais e leite materno quando entram em contato direto com a corrente sanguínea ou mucosas. Receba um atendimento humanizado e especializado. Agende sua consulta agora com a Rede Américas.
A resposta mais direta para se o HIV passa por saliva é não, o HIV não passa por saliva. De acordo com informações do Jornal da USP, ela faz parte dos fluidos corporais não infectantes como urina, lágrimas e suor.
Existem duas razões que explicam a não transmissão do vírus dessa maneira. A primeira delas é que a concentração do patógeno na saliva é extremamente baixa, insuficiente para causar uma infecção. A segunda está relacionado ao sistema imunológico.
A saliva possui mecanismos de defesa naturais capazes de inativar o patógeno. Um estudo científico divulgado no PubMed em 1999, demonstrou que a secreção foi capaz de inibir a multiplicação do HIV e de outros vírus.
A inibição ocorre porque a saliva é hipotônica (maior concentração de água), o que leva à rápida destruição (lise) dos leucócitos infectados que são liberados na boca. O mecanismo impede a multiplicação viral e a transmissão.
Por isso, atividades cotidianas como beijar, abraçar, compartilhar talheres e copos não transmitem o HIV. Em casos extremamente raros, a contaminação por beijo profundo ou mordida só ocorreria se houvesse sangue em grande quantidade.
Resultante de feridas abertas ou sangramento gengival significativo em ambos os parceiros, permitindo que o sangue infectado entrasse diretamente na corrente sanguínea do parceiro não infectado.
Somente através do contato com o sangue infectado que poderia acontecer, mas a transmissão pela saliva em si é inexistente.
O termo soropositivo é utilizado para se referir a pessoa que foi infectada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana em seu organismo. Ele é detectado por meio de exames de sangue (sorologia).
Ser soropositivo significa ter o vírus, mas não necessariamente a doença Aids. Uma pessoa soropositiva pode ser assintomática e ter uma carga viral baixa ou indetectável, principalmente se estiver em tratamento.
A carga viral indetectável é um marco na prevenção. Pessoas que vivem com HIV, que tomam a medicação conforme prescrito e mantêm a carga do vírus dessa maneira por pelo menos seis meses, não transmitem o microrganismo por via sexual.
A contaminação pelo HIV ocorre quando fluidos corporais específicos de uma pessoa soropositiva com carga viral detectável entram em contato com a corrente sanguínea ou mucosas de uma pessoa sem o patógeno.
Os fluidos que comprovadamente transmitem o microrganismo são:
Por ser uma Infecção Sexualmente Transmissível, o principal modo de transmissibilidade são as relações sexuais desprotegidas. O sexo vaginal, anal ou oral sem o uso de preservativos. O sexo anal é considerado o de maior risco, devido à fragilidade da mucosa retal.
O compartilhamento de materiais perfurantes também é uma forma. Principalmente se o uso compartilhado de seringas, agulhas e outros perfurocortantes não esterilizados estiverem contaminados com sangue infectado.
A transfusão de sangue e de órgãos também é um fator de risco. Mas é importante dizer que o risco é extremamente baixo, por causa do rigoroso controle de testagem no Brasil. E o risco só existe se o material estiver contaminado.
Também pode ocorrer a chamada transmissão vertical, quando a mãe soropositiva contamina o filho durante a gestação, parto ou amamentação. Com o tratamento antirretroviral adequado, a chance é reduzida para menos de 1%.
No último dia 01 de dezembro, o Ministério da Saúde informou que o Brasil eliminou a transmissão vertical do HIV. O país manteve a taxa abaixo de 2%. A pasta informou também que o número de mortes por aids caiu.
Em 2023 ele foi de 10 mil e para 9,1 mil em 2024. A queda foi importante por ser a primeira vez em 30 anos que o quantitativo de óbitos ficou abaixo dos 10 mil. Os casos de aids também apresentaram redução, saindo de 37,5 mil em 2023 para 36,9 mil no último ano.
Com o uso correto do preservativo, é possível não adquirir o microrganismo através da relação sexual, afirma o Ministério da Saúde. Ele apresenta também muitas outras situações onde não pode haver a contaminação pelo vírus. Veja a seguir:
Também não há risco de transmissibilidade se uma pessoa vivendo com HIV estiver com carga viral indetectável por pelo menos 6 meses. Assim como na gestação, se a gestante estiver fazendo uso da terapia retroviral regularmente.
Em casos de risco de exposição, não se adquire o patógeno se o indivíduo fez uso da profilaxia pós-exposição ao HIV (PEP) no tempo adequado.
A distinção entre HIV e aids é fundamental para o combate ao estigma e para a compreensão da infecção. Eles não são termos considerados sinônimos.
O Vírus da Imunodeficiência Humana ataca o sistema imunológico, especificamente os linfócitos TCD4+. Uma pessoa pode ser soropositiva, mas não apresentar sintomas ou desenvolver a aids.
A aids é a condição de saúde causada pela infecção do HIV em estágio avançado, quando o sistema imunológico está gravemente comprometido. É um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam a falência das defesas imunológicas.
Essa deficiência do sistema de defesa do organismo permite o surgimento de infecções oportunistas como a tuberculose e a pneumonia. Graças aos avanços no tratamento antirretroviral, a maioria das pessoas que vivem com HIV e seguem o tratamento corretamente não desenvolvem aids.
O tratamento impede a multiplicação do vírus, mantendo o sistema imunológico saudável e permite que a pessoa tenha uma vida longa e saudável.
A infecção se divide em fases, e os sintomas variam de acordo com o seu estágio.
A fase inicial ocorre geralmente entre 3 e 6 semanas após a exposição ao vírus. Os sintomas são inespecíficos e parecidos com os da gripe comum, como febre alta, mal-estar e dores no corpo.
Por serem manifestações clínicas leves e temporárias, essa fase muitas vezes passa despercebida.
Após a fase aguda o vírus entra em período de latência. Isso significa dizer que ele permanece no corpo, mas não causa nenhum sintoma. O sistema imune ainda consegue controlar a multiplicação viral, e a pessoa passa muitos anos sem apresentar sinais visíveis da infecção.
Se o HIV não for tratado, a imunidade enfraquece progressivamente e a aids passa a existir. Os sintomas se tornam mais graves e persistentes. Eles incluem febre persistente, suores noturnos, diarreia prolongada, perda de peso sem causa aparente e ocorre o surgimento de infecções oportunistas.
A dúvida sobre se o HIV passa por saliva é um reflexo da necessidade contínua de educação em saúde. E não, a saliva não é um meio de transmissão do microrganismo.
Ela tem uma capacidade natural de inativá-lo, principalmente por causa da sua hipotonia, que destrói as células infectadas. O conhecimento é a ferramenta mais poderosa para combater o preconceito e garantir que as pessoas busquem a testagem regular e o tratamento adequado.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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