25/02/2025
Revisado em: 02/04/2025
A narcolepsia é uma doença crônica que causa sonolência excessiva. Conheça os principais sintomas e formas de tratamento.
Em algum momento do dia, ter sono excessivo pode ser consequência de uma noite mal dormida, mas episódios recorrentes indicam algum distúrbio do sono, como a narcolepsia.
Uma das principais características dessa doença é que, de modo geral, ela provoca diariamente uma sonolência incontrolável e também ocasiona fraqueza muscular. A narcolepsia é muito comum entre homens e mulheres e pode afetar tanto adolescentes e adultos jovens quanto pessoas acima dos 50 anos.
Por ser uma condição que ainda não é totalmente conhecida, especialistas acreditam se tratar de uma predisposição genética associada a mecanismos imunológicos, que levam à perda de neuropeptídeos responsáveis pela manutenção dos hipocretinos (substâncias que transmitem sinais entre os neurônios).
A Dra. Marcele explica que “todos os pacientes com narcolepsia apresentam sonolência excessiva durante o dia. Eles são propensos a adormecer a qualquer momento, muitas vezes em horários e locais inadequados.”
A sonolência pode ser tão grave que os pacientes com narcolepsia podem cochilar rapidamente, sem aviso. Esses episódios são comumente chamados de “ataques de sono”.
“Outros sintomas comuns da narcolepsia, mas que podem não estar presentes em todos os pacientes, são: cataplexia, definida como uma fraqueza muscular transitória, sem perda da consciência, após sofrer emoções fortes, geralmente positivas (risos, sustos, por exemplo); alucinações hipnagógicas, caracterizadas por alucinações visuais, táteis ou auditivas vívidas, muitas vezes assustadoras, que ocorrem quando o paciente está adormecendo; e paralisia do sono, que é a incapacidade completa de se mover por um ou dois minutos imediatamente após o despertar, sem perda da consciência”, explica a neurologista.
Apenas um terço dos pacientes sentirá todos os sintomas. Dessa maneira, o diagnóstico de narcolepsia deve ser considerado mesmo entre pacientes com sonolência diurna crônica isolada.
A narcolepsia é uma doença difícil de identificar, sendo detectada por meio de histórico clínico compatível, associado a exames complementares essenciais para constatar o problema.
É muito importante que, ao perceber alguns dos sintomas já descritos, a pessoa busque atendimento médico para uma avaliação, a fim de descobrir se há algum distúrbio do sono e qual o tipo. Com um diagnóstico preciso, é prescrito o tratamento necessário para o caso.
Os exames realizados para diagnosticar a narcolepsia são polissonografia, o teste de latência múltipla do sono e o exame de dosagem de hipocretina. Entenda sobre cada um:
Avalia a arquitetura e a qualidade do sono e outros parâmetros fisiológicos. Os pacientes que têm narcolepsia geralmente demonstram despertares espontâneos, eficiência do sono levemente reduzida e aumento do sono leve.
É realizado na manhã seguinte à polissonografia. O paciente é colocado em um ambiente indutor de sono (ou seja, quarto escuro e silencioso) e instruído a tentar dormir. Em média, indivíduos saudáveis adormecem em cerca de 10 a 15 minutos, enquanto pessoas com narcolepsia adormecem em menos de 8 minutos, o que fornece evidências objetivas de sua propensão ao sono.
Pode ser útil em algumas situações, por exemplo, quando o teste da latência múltipla do sono não é conclusivo e há redução nos níveis de hipocretinos no líquor (líquido que envolve o cérebro e a medula).
Segundo a Dra. Marcele, “são duas condições que comprometem a qualidade do sono e causam sonolência diurna, mas há alguns aspectos clínicos bem distintos entre si.
A narcolepsia também pode ser descrita como um distúrbio do controle do sono-vigília, que pode resultar em alterações descritas anteriormente, enquanto a apneia obstrutiva do sono está relacionada com o esforço respiratório causado por bloqueios repetitivos das vias aéreas superiores durante o sono.
“A apneia é comum em homens mais velhos e está associada a fatores de risco como obesidade, tabagismo e alcoolismo. O tratamento também difere entre as entidades. A apneia obstrutiva do sono deve ser abordada com medidas comportamentais como perda de peso, atividades físicas e terapia que utiliza um aparelho que faz pressão positiva nas vias aéreas; já o tratamento da narcolepsia é dividido em medicamentoso e não medicamento”, explica a médica.
Mesmo que a narcolepsia seja uma doença crônica, que não tem cura, é possível tratá-la com o intuito de aliviar os sintomas e promover sono e melhor qualidade de vida. Com isso, evitam-se crises.
O tratamento da narcolepsia é sintomático, para melhorar o estado de alerta e restaurar a função durante as horas de vigília. O tratamento sem medicamentos tem o objetivo de programar cochilos diurnos e regularizar o horário de sono.
Para pacientes com sintomas leves, um cochilo curto e cronometrado durante a tarde, sem privar o sono à noite, pode ser o suficiente para um bom tratamento da narcolepsia. Em casos mais graves, o tratamento é feito com fármacos que promovem a vigília.
Aqueles que apresentam cataplexia, geralmente associa-se a um antidepressivo durante o tratamento. É necessário alertar os pacientes sobre os riscos de realizar algumas atividades, como dirigir, ir para locais muito altos ou praticar certos exercícios.
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